Árbitra valida golo do apanha-bolas

Árbitra valida golo do apanha-bolas

Sílvia Regina de Oliveira, a primeira árbitra brasileira a receber as insígnias da FIFA, é protagonista de um erro cavalar num jogo do Grupo 3 da Taça São Paulo, quando validou um golo marcado pelo… apanha-bolas. O lance não é inédito no futebol, mas Sílvia Regina pode culpar o árbitro assistente pela péssima ajuda que lhe deu no julgamento do lance.

Corriam os 44 minutos do segundo tempo, o Atlético Sorocaba vencia por 1-0 e, num livre marcado pela direita, Alex, do Santacruzense, fez um cruzamento e Samuel chutou às redes, mas pelo lado de fora. Jogadores do Atlético e do Santacruzense desligaram-se do lance, excepto o guarda-redes do Sorocaba, que foi apanhar a bola fora das quatro linhas. Um "gandula" já adulto que estava ao lado da baliza, talvez porque estavam todos à espera do apito para final do jogo, não só pegou numa bola, como entrou ligeiramente em campo e deu-lhe um toquezinho na direcção do guardião, que deixou passar o “esférico” e o viu tranquilo entrar na baliza. Nessa altura, já o assistente Marco António Júnior corria pela linha na direcção do meio-campo, assinalando golo.

O vídeo do lance está disponível no sítio www.futebolinterior.com.br, e pode ver-se o desespero dos jogadores do Atlético, quando percebem que Sílvia Regina vai validar um golo marcado pelo apanha-bolas. A árbitra ainda conferenciou rapidamente com o assistente, e validou mesmo o golo. Diz ela que não o do "gandula", mas o do chuto de Samuel para fora.

Segundo Sílvia Regina e Marco António, o que ficou registado como o golo do empate do Santacruzense não foi o metido pelo "gandula", mas um erro de apreciação no lance do livre. Marco António assumiu a culpa pelo erro, dizendo que, como a bola disparada por Samuel chegou a bater no ferro, ele pensou que tinha entrado. Sílvia Regina lamenta não ter confiado mais no seu próprio juízo e ter dado ouvidos ao assistente, mas o mal está feito e com o empate fantasma, o Sorocaba perdeu a liderança da série.

O problema é que, nem após o final do jogo a juíza deu conta do erro, e o relatório, também disponível no sítio, não menciona o facto. A Comissão de arbitragem da federação paulista afirma que não pode revogar a decisão de Sílvia Regina, mas anunciou uma punição para a juíza e o seu assistente.