Cadastramento de adeptos no Paulistão
O Paulistão 2007 vai testar o cadastramento dos membros das claques, que ficaram confinadas nos estádios.
Os adeptos pertencentes a torcidas organizadas vão ter de submeter-se a um processo de cadastramento para poderem frequentar um sector dos estádios que lhes será exclusivamente reservado. A medida faz parte de um pacote apresentado na terça-feira à noite pela Federação Paulista de Futebol e será posta em prática já no próximo campeonato estadual, em 2007.
O projecto, idealizado pela Comissão Paz no Esporte, procura atalhar o problema da violência nos estádios, um fenómeno com pouco de recente mas que nos últimos tempos vem ensombrando o futebol brasileiro.
O cadastramento de adeptos visa possibilitar o reconhecimento pelas câmeras instaladas nos estádios e, já no Paulistão de 2007, os adeptos terão um sector reservado em todos os estádios, aos quais só terão acesso quando munidos de uma identificação especial. O cartão terá um chip que armazena as impressões digitais e a voz do seu portador. No próximo mês, segundo foi anunciado pela FPF, uma viatura com o equipamento e material necessário ao processo vai percorrer as sedes das torcidas e os estádios, para que os interessados façam o cadastramento atempado. No futuro, o cartão pode ainda ser carregado nas bilheteiras dos estádios e transformar-se no próprio ingresso para os jogo.
Marco Aurélio Klein, coordenador do executivo do Ministério dos Desportos e presidente da Comissão Paz no Esporte, frisou que até há bem pouco tempo a “tecnologia não permitia identificar os criminosos” que invadiam os relvados e provocavam distúrbios a pretexto dos jogos de futebol. O governante disse, aliás, que o Brasil “não pode pensar em Mundial enquanto há gente morrendo nos estádios”, para comentar a ajuda que o novo sistema pode dar ao controlo das acções dos torcedores e ao projecto do Brasil sediar o Campeonato do Mundo em 2014.
Além destas medidas imediatas, Marco Aurélio Klein anunciou que está em trânsito em Brasília, a sede do governo, um projecto de agravamento das penas e criminalização da prática de cambistas (candonga)”, algo que diminuiria a impunidade sentida por todos quantos aproveitam o futebol para praticarem actos de vandalismos e crimes de recorte económico.
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