Ronaldo chegou ao Brasil para umas férias e pela primeira vez falou do comportamento da equipa no Mundial e da sua visão dos factos que levaram ao afastamento da "canarinha" ainda nos quartos-de-final, quando o que estava em jogo era o hexacampeonato. "A performance da selecção nesta Copa foi abaixo do que todos esperávamos mas não é caso para pedir desculpas. Acho muito exagerado. Fizemos tudo o que podíamos e temos de aceitar que no futebol se ganha e se perde".
Para Ronaldo, não é sequer útil encontrar um culpado para a derrota. "Todos, jogadores e comissão técnica, têm uma parcela de culpa na má campanha da selecção. Assim como quando ganhámos, também todos - e quando digo todos digo torcedores, imprensa, políticos - têm mérito nas vitórias", alfinetou o Fenómeno.
Ronaldo confirmou que vai mostrar os exames que fez com o departamento médico do Real Madrid ao médico da selecção brasileira, José Luís Runco, mas não sabe ainda se será operado, e, em caso de sim, onde, no Brasil ou fora. Uma coisa é certa, Ronaldo quer continuar a servir a selecção assim como manter-se no Real Madrid. "Sinto-me muito bem na selecção e estarei sempre á disposição. Se o treinador quiser contar comigo, poderá", assegurou, defendendo Carlos Alberto Parreira. "Acho uma grande injustiça culpar somente o Parreira pelo resultado da selecção na Copa", comentou Ronaldo, negando que tenha havido falta de empenho dos jogadores. "É um costume antigo do povo brasileiro tentar achar um motivo para a derrota. Posso garantir que não faltou raça para mim e meus companheiros".
Num dos pontos da entrevista, Ronaldo chegou a dar opinião sobre um dos temas do momento no que toca a selecção e considerou "Felipão um óptimo treinador", mas escusou-se a comentar a possibilidade do técnico de Portugal regressar à CBF. "Na minha condição, é difícil opinar, pois pode gerar polémica", disse o fenómeno, que só quer é descanso e curtir a família: "Quero esquecer o que aconteceu e relaxar".