Carlos Alberto Parreira começa trabalho ao serviço da selecção da África do Sul.
Com meio ano de distância, o ex-seleccionador Carlos Alberto Parreira lamentou não ter reunido a equipa no Brasil para que os craques pudessem sentir "o calor da torcida e o clima"
O técnico Carlos Alberto Parreira despede-se hoje do Brasil e parte para a África do Sul, para fazer aquilo que o motivou no início da carreira: levar equipas sem grande tradição ou cultura futebolística em outras paragens do Mundo a experiência do futebol brasileiro e o seu contributo pessoal de estudo e organização para fazer do seleccionado do país que sediará o próximo Mundial mais do que um perfeito anfitrião.
A peso de ouro, ainda com ecos de desconfiança relativamente à justeza da sua escolha, mas com um nome forte e um prestígio que se encarregarão, espera ele, de recolocar as más línguas e as adversidades em seu lugar próprio.
Com o distanciamento “histórico” que meio ano de afastamento da selecção brasileira já permitem, Parreira falou ontem de questões relacionadas ainda à participação do "escrete" no Mundial da Alemanha, e aos poucos vem aproximando a sua análise do que foram as críticas mais ou menos instantâneas de uma “media” que até à “dèbacle” com a França sonhava com quartetos e quintetos mágicos, como se a presença do Brasil na Alemanha não fosse mais do que uma questão formal que se exige ao pentacampeão: pelo menos estar lá para receber as medalhas do hexa.
Parreira admitiu, entrevistado pelo GloboEsporte, que do ponto de vista do planeamento, faltou sensibilidade dos responsáveis para promover uma ligação mais estreita dos astros ao povo. “Me arrependi de apresentar a Selecção na Europa. Hoje, eu treinaria a equipa aqui no Brasil, pelo menos por dois dias. Assim, os jogadores sentiriam o calor da torcida e o clima”, disse, arrependido por não ter compensado com essa medida simples um certo distanciamento que as estrelas mais bem pagas e cedo saídas das fronteiras do país acabam por sentir em relação à torcida.
Em outros quesitos, Parreira não deu o braço tão a torcer, mas explicou que em relação a Robinho, uma unanimidade "a posteriori" entre quem achava que Ronaldo, Adriano, Kaká é Ronaldinho eram "tubarões" demasiado graúdos para serem rendidos pelo "peixinho", ele só não entrou de início no jogo com a França porque estava com um problema de lesão. “Começámos a partida com ele e Adriano no banco. Após o golo da França, os dois entraram”, lembrou, como quem chove no molhado.
Fonte O Jogo
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